segunda-feira, 21 de julho de 2014

O que os mininos de Ibiá me ensinaram.

Em um passeio pela praça da prefeitura de Ibiá com minha cadela, diga-se de passagem, labradora preta, inteligentíssima. Esta mesma cadela começou a brincar com alguns meninos que apareceram. Foi então que apareceu uma bola e começou a divisão dos times. Para minha surpresa a certa altura o menino me apontou e me escolheu. Eu nem sabia que iria jogar bola, até por que eu tinha 35 anos e o mais velho deles uns 11 anos.
Entrei em quadra e já na partida a primeira lição. Eu saí jogando e no confronto corpo a corpo com o primeiro adversário todo mundo calado ficou me olhando. Eu parei. Lição: vamos nos divertir, sabemos que você é muito maior que a gente, portanto brinque, pare de competir.
Minha cadela que não é jogadora de futebol entrou em quadra mau marcada e improvisada e tentou pegar a bola. Eu espantei ela para fora. De novo os meninos me olhando. Lição dois: deixa a coisa acontecer, não é preciso tanta rigidez nas regras e formas, deixa ela participar, pois foi ela que te coloco no jogo. Deixa de ser chato.
O jogo acabou e estávamos com sede. Começou a "juntação" de moedas para comprar uma coca. Infelizmente não tinha nada no bolso, se quisesse poderia ter comprado o bar, mas é que naquela hora eu não tinha, só isso. Sentei e fiquei curtindo o momento, já fazia uns 20 anos que não jogava bola na rua e me divertido tanto com tantos estranhos. Alguém foi buscar de bicicleta. Chegou a Tubaína, mais barata e acompanhada de bala. A divisão começou e eu fiquei olhando de canto. No final tinha um copo e umas balas me esperando. Terceira lição: não estamos interessados no seu dinheiro, se você faz parte da turma, tem direito igual. Você não é um estranho entre nós, é alguém que está conosco. Não interessa sua idade ou se é um estranho. Seja bem vindo a vida de verdade.
Nunca mais me esqueci deles e do que me mostraram sobre mim.

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